Sem a segunda dose da vacina Covid-19, a sua proteção não fica completa. Ou seja, não há garantias de imunização eficaz contra a doença perante uma futura infeção. A situação pode ser particularmente preocupante tendo em conta a circulação de novas variantes mais contagiosas do vírus.
Qual o risco de não tomar a segunda dose da vacina Covid-19 no prazo indicado?
O que acontece se, por esquecimento ou imprevisto, não tomar a segunda dose da vacina Covid-19 no prazo indicado? Conheça os riscos e o que deve fazer nesta situação.
Metade da população portuguesa já recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19, aguardando agora pela toma da segunda dose para completar o esquema vacinal e criar imunidade contra os efeitos do vírus SARS-CoV-2. É importante que os cidadãos cumpram com os prazos indicados para a toma da segunda dose sem atrasar ou falhar as suas marcações, sob pena de continuarem vulneráveis a formas graves da doença. É que, embora os estudos revelem uma resposta positiva do sistema imunitário após a primeira inoculação, uma dose não é suficiente para garantir uma imunização eficaz.
Esta questão afeta três das quatro vacinas administradas em Portugal: AstraZeneca (Vaxzevria), Moderna e Pfizer-BioNTech (Comirnaty). A vacina da Janssen não entra nesta equação uma vez que é administrada em regime de dose única. Já as vacinas Coronavac, Covaxin, Sinopharm e Sputnik V – não autorizadas em Portugal, mas usadas em campanhas de vacinação noutros países de língua portuguesa – também necessitam de duas doses.
De relembrar ainda que, sem a vacinação completa, os cidadãos estão também mais vulneráveis à doença provocada por novas variantes mais transmissíveis do vírus SARS-CoV-2, como é o caso da variante Delta. Concluir a segunda dose da vacina Covid-19 no prazo recomendado permite, além da imunidade individual contra as variantes do vírus, contribuir para um maior controlo geral da epidemia.
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Quando deve ser administrada a segunda dose da vacina Covid-19?
Os tempos de intervalo entre as doses variam consoante a vacina. Em Portugal, os esquemas vacinais recomendados são:
- Vacina Pfizer-BioNTech (Comirnaty)– intervalo de 28 dias entre as duas doses (inicialmente o intervalo era de 21 dias, tendo sido alargado em março).
- Vacina Moderna – intervalo de 28 dias entre as duas doses.
- Vacina AstraZeneca (Vaxzevria) – intervalo de oito semanas entre as duas doses (ainda assim, de acordo com as indicações da Agência Europeia do Medicamento, a segunda dose pode ser administrada quatro a 12 semanas após a primeira dose).
É importante respeitar os prazos e não atrasar a toma da segunda dose da vacina Covid-19, já que por norma estes são os intervalos usados nos ensaios clínicos e sobre os quais existem dados que permitem avaliar a eficácia das vacinas na prevenção da doença.
Falhou a marcação para a administração da segunda dose? Saiba o que fazer
Pelas razões acima mencionadas, é importante que todos os cidadãos tomem a segunda dose da vacina Covid-19 dentro dos prazos previstos. Mas se, por algum motivo, falhar o agendamento da segunda dose, o que deve fazer?
Segundo a informação disponibilizada através da linha telefónica do SNS 24 (808 24 24 24), deverá dirigir-se ao seu centro de vacinação e expor a situação. Mediante a disponibilidade do centro (e da existência de vacinas) poderá ser vacinado no próprio dia ou num outro dia definido pelo centro de vacinação.
Mesmo que uma pessoa se atrase ou falhe a marcação “é importante voltar e receber a segunda dose porque a primeira dose apresenta o novo antigénio ao sistema imunológico, para prepará-lo. E a segunda dose é aquela que realmente reforça o sistema imunitário”, sublinha Soumya Swaminathan, cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde.